Na foto, cartaz em uma das escolas visitadas pela diretoria do sindicato dos servidores municipais
Algumas escolas municipais de Praia Grande têm impedido professoras, atendentes educacionais, inspetores e outros funcionários de se alimentar junto com os alunos nos horários de merenda.
Numa delas, Paulo de Souza Sandoval, no bairro Esmeralda, a diretora chegou a colocar um cartaz, na parede do refeitório, alertando sobre a proibição e as consequências a quem descumpri-la.
O cartaz, ilustrado com duas câmeras de filmagem interna, diz que a determinação é da secretaria municipal de educação: “Não é permitido comer durante as refeições das crianças”, adverte o comunicado.
“Lembrem-se que as imagens captadas pelas câmeras são também visualizadas e armazenadas pela central de monitoramento. Evitem constrangimentos desnecessários”, previne o anúncio.
Assédio moral, diz sindicalista
“Isso é assédio moral”, diz o presidente do sindicato dos servidores municipais, Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’. Ele espera tratar do assunto pessoalmente com o prefeito Alberto Mourão (PSDB).
“Não acredito que o prefeito esteja a par desse absurdo”, diz o sindicalista, que deverá entregar a Mourão, na próxima semana, as reivindicações da campanha salarial da data-base de maio.
Assim que souberam da proibição, o vice-presidente e o diretor cultural do sindicato, Hamilton da Costa Xavier e Jaime de Souza Cunha, foram conversar com a diretora da escola Paulo Sandoval.
Lá chegando, os dois diretores constataram a estranheza da diretora com a presença do sindicato no local. Ela disse a eles que, em Peruíbe, de onde veio, não existe essa prática.
Dos cerca de 12 mil servidores municipais, praticamente a metade, algo em torno de 6 mil profissionais, trabalham na secretaria de educação. Segundo Adriano, eles sempre comeram com os alunos.
“Isso acontece na maioria dos 5.570 municípios brasileiros”, pondera o presidente do sindicato. “Mas, na Praia Grande, sempre tem alguém para se destacar com procedimentos inusitados”.
Convivência social quebrada
Adriano espera que a determinação não tenha saído da secretaria de educação, mas que seja iniciativa apenas de algumas diretoras escolares. Ele mandará ofício à seduc com esse questionamento.
“Uma das bases da educação é a convivência social entre professores e estudantes”, finaliza o sindicalista, que já foi inspetor de alunos na cidade.
Redação: Paulo Passos MTB 12.646, matrícula sindical 7588 SJSP.