Na foto, assembleia geral do sindicato dos servidores municipais, na noite de sexta-feira
Os atendentes de educação da prefeitura de Praia Grande lotaram o auditório da colônia de férias dos trabalhadores na indústria de fiação e tecelagem, sexta-feira (13) à noite.
Foi mais uma concorrida assembleia do sindicato dos servidores municipais, que continua em caráter permanente, sobre pendências da campanha salarial da data-base de maio de 2019.
Formado majoritariamente por mulheres, o segmento dos atendentes educacionais estava em maior número na assembleia, que contou também com trabalhadores de outras secretarias.
As atendentes demonstraram grande descontentamento com o prefeito Alberto Mourão (PSDB), acusando-o de adiar continuamente, desde maio, uma resposta sobre suas reivindicações.
A assembleia teve propostas de greve, paralisações, encaminhamentos judiciais, todas debatidas profundamente pela categoria, direção sindical, assessoria jurídica e comissão.
Foi uma assembleia tensa e longa, das 19 às 21 horas, mas respeitosa e democrática, segundo o presidente do sindicato, Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’.
Decisão da assembleia
A assembleia aprovou a continuidade das negociações, em janeiro, mas não descartou a possibilidade de ações judiciais contra a prefeitura e paralisação de 24 horas, no primeiro dia do ano letivo.
Os mais de 2.100 atendentes educacionais I e II reivindicam há cerca de dez anos o reconhecimento como professores de creches. A atual diretoria do sindicato, empossada há um ano, encampou a luta.
“Foram meses seguidos de reuniões e negociações, desde o começo do ano, como nunca se viu nessa antiga luta da categoria por um direito líquido e certo”, diz Pixoxó.
Em ofício ao prefeito protocolado na quinta-feira (12), o sindicalista detalhou os principais momentos da campanha, desde 20 de maio, quando Mourão recebeu a pauta de reivindicações.
Em setembro de 2019, houve negociação do presidente do sindicato, membros da comissão e da assessoria jurídica com o prefeito e o procurador municipal Edmilson de Oliveira Marques.
Nessa oportunidade, Mourão constituiu comissão para discutir as irregularidades e as propostas de regularização do cargo das atendentes, com participação do procurador.
Sindicato tem proposta
A comissão, com um representante do sindicato e da sua assessora jurídica Carla Costa Silva Mazzeo, além do procurador e de um representante da secretaria de educação (Seduc), nunca se reuniu.
‘Basta’, ‘não estamos pra brincadeira’, ‘falta de responsabilidade do executivo’, ‘a mim ele não convence’, ‘indignação’, frustração’ e ‘descaso’ foram algumas das palavras e frases da assembleia.
Segundo o ofício desta semana ao prefeito, o procurador achou melhor encaminhar sua análise diretamente a Mourão, apesar dos insistentes apelos do sindicato e da comissão por uma conversa.
Pixoxó revelou descontentamento ao prefeito com ofício enviado à câmara municipal informando não existir proposta de inserção dos atendentes no plano de carreiras para 2020.
“Existe sim”, afirma o sindicalista. “A proposta foi feita pelo sindicato e encaminhada diretamente ao prefeito. Além disso, não é correto dar conhecimento sobre o processo a terceiros”.
A assembleia continua em caráter permanente só para os atendentes de educação. Para os segmentos das demais secretarias, ela foi encerrada. Em janeiro ou fevereiro, haverá assembleia para a data-base de 2020.
Neste ano, lembra Pixoxó, houve valorização dos motoristas, cartão alimentação para guardas e agentes de trânsito, ‘pacote de verão’ para o pessoal de limpeza das praias, entre outras vantagens.
Redação: Paulo Passos MTB 12.646, matrícula sindical 7588 SJSP.