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Preso falso médico no hospital Irmã Dulce

Na foto (Diário do Litoral), hospital administrado por associação filantrópica e bancado com verba pública

As polícias federal, militar e civil prenderam um homem que se passava por médico há cerca de um ano no hospital Irmã Dulce, de Praia Grande, que recebe verba da prefeitura.

A prisão foi noticiada neste domingo (31) pelo facebook ‘Praia Grande mil grau’ e levou o presidente do sindicato dos servidores municipais, ‘Pixoxó’ Adriano Roberto Lopes da Silva, a procurar a polícia.

O sindicalista, integrante do conselho municipal de saúde (comusa), conseguiu com o delegado Ricardo Valentim o número do boletim de ocorrência 3592-2020 e tomará providências nesta segunda-feira (1º).

“A prefeitura tem que se pronunciar imediatamente”, diz o sindicalista. “O hospital é mantido com verbas públicas e o falso médico colocava muita gente em risco de vida”.

Ele foi buscar o número do boletim de ocorrência para acompanhar, por meio do ‘comusa’, o desenrolar do processo judicial. O acusado será ouvido em audiência de custódia nesta segunda-feira.

“Quantos servidores e quantos munícipes esse homem não atendeu?”, questiona o sindicalista. Pixoxó soube que o falso médico teria atendido pacientes que vieram a morrer.

Ofícios ao prefeito

Também nesta semana, o sindicalista espera receber resposta do prefeito Alberto Mourão (PSDB) a ofícios enviados na terça-feira (26) sobre irregularidades em tenda de saúde no bairro Quietude.

“As denúncias são graves, mas até agora a prefeitura sequer ligou para dizer que recebeu a documentação”, lamenta Pixoxó. “Isso revela enorme descaso com a saúde dos servidores e da população”.

Um dos ofícios requer que a prefeitura realize teste de covid 19 nos servidores. “Muitos estão na linha de frente de combate ao coronavírus e merecem passar pelo exame”.

A denúncia diz que, na tenda, os servidores fazem as refeições no mesmo local onde estacionam as ambulâncias. E que, no lugar do refeitório, montaram uma unidade inadequada de tratamento intensivo.

Como não há sanitário, os pacientes fazem necessidades fisiológicas ao lado do refeitório, num banheiro químico. E os dejetos são transportados pelos servidores de saúde.

Os ofícios especificam outras irregularidades, inclusive referentes a refeições e laudo da vigilância sanitária estadual para funcionamento do refeitório no local.

Redação: Paulo Passos MTB 12.646, matrícula sindical 7588 SJSP.