Na foto, plenária do movimento, sábado, no sindicato dos servidores municipais de Guarujá
Organizado por enquanto em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Santa Catarina, o movimento ‘somos todas professoras’ chegou no final de semana à baixada santista.
Na tarde de sábado (23), no sindicato dos servidores públicos municipais de Guarujá (Sindserv), reuniram-se representantes da cidade, de Praia Grande, Cubatão e Itanhaém.
É um coletivo de profissionais da educação infantil que atuam diretamente com crianças nas creches e pré-escolas públicas. Luta pelo reconhecimento da atividade docente da educação básica.
O movimento visa também o respeito ao direito da criança por educação pública laica, plural, direta e de qualidade, além da recepção jurídica dos profissionais no plano de cargos de carreira do magistério.
Valoriza as crianças
O grupo defende a superação das práticas assistencialistas ainda presentes na educação infantil e a adequação dos municípios à legislação educacional.
Seus organizadores defendem que a educação infantil é a primeira etapa básica e objetiva o desenvolvimento integral da criança, numa fase muito importante da sua vida.
O movimento valoriza a criança em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade, conforme a lei 9.394-1996, de diretrizes e bases da educação nacional.
Creche é escola
O ‘somos todas professoras’ está organizado em quase 60 municípios e quer a recepção das trabalhadoras das creches no estatuto do magistério.
Seus organizadores ponderam que são pedagógicos todos os atos e ações com as crianças e bebês, nas creches, desde o acolhimento, às 7h30, até a entrega aos pais ou responsáveis, às 16h30.
“Creche é escola. Mais educação do que escola. É o ensaio da vida, conhecimento do mundo e construção de identidade”, diz o material de divulgação do movimento, que tem perfil no Facebook.
Rodas e acalantos
“Somos pajens, auxiliares de desenvolvimento infantil e humano (‘adi’ e ‘adh’), monitoras, recreacionistas, berçaristas. Somos nós quem preparamos o ambiente para que pequenas e pequenos se desenvolvam”.
“Somos fazedoras de rodas, de acalantos, trocamos fraldas, contamos histórias, banhamos, nutrimos, somos as adultas de referência”, ressaltam as organizadoras e divulgadoras da campanha.
“Estamos longe dos direitos, da unidade de gestão da educação (uge), das diretoras, das professoras, mas somos as que estamos mais perto das crianças”, diz o material do movimento.
‘Sem nós, a creche nem abre’
“Somos a rede de proteção da primeiríssima infância, na vivência cotidiana do chão da creche. Não há direitos e necessidades de bebês e crianças pequenas sem a nossa existência. Sem nós, a creche nem abre”.
Para o presidente do Sindserv Guarujá, professor Zoel Garcia Siqueira, “foi uma honra recepcionar em nossa sede um movimento de tamanha abrangência e importância”.
Para ele, a educação “é uma das atividades mais básicas do direito à cidadania, junto com a saúde, mas infelizmente cada vez mais vilipendiada por um sistema ultraliberal que prega a miséria e a ignorância”.
‘Pixoxó’ da Praia Grande
O presidente do sindicato dos servidores municipais de Praia Grande, Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’, prestigiou a atividade e falou sobre a luta da categoria em seu município.
“Estamos num ótimo nível de organização e mobilização pelos direitos dos 2.078 profissionais do setor, sendo 1.179 educadores de desenvolvimento infanto-juvenil e 899 atendentes de educação”, disse.
Guarujá tem 500 profissionais, entre pajens e assistentes. Em Itanhaém, são 335 educadores de creches. Em Cubatão, 120 pajens e 192 professoras de educação infantil.
Um dia histórico
A pajem Geane Maria da Silva, diretora de comunicação do Sindserv Guarujá, diz que os organizadores do movimento visitarão os demais municípios da região para ampliar sua abrangência.
O deputado estadual Carlos Giannazi (Psol), com atuação nas lutas do funcionalismo público nas áreas de educação, cidadania e cultura, participou do evento de sábado.
Também estiveram presentes representantes da prefeitura de Guarujá, advogados especialistas em direitos educacionais e educadoras da região. “Foi um dia histórico”, ressalta Geane.
Redação: Paulo Passos MTb 12.646-SP, matrícula sindical SJSP 7588. Colaborou: Marina Cavalcante MTb 33.645.