A reforma administrativa é mais uma tentativa do Congresso Nacional em retirar e precarizar benefícios e direitos dos servidores públicos de todo o país.
Mal assumiu a presidência da Câmara dos Deputados, o deputado Hugo Motta, do Republicanos da Paraíba, já trocou afagos e sorrisos com o empresariado na FIESP e na Faria Lima. Como portador do caos, prometeu reformas em troca da conversa esfarrapada de melhor gestão pública. E, adivinhem, ofereceu nossa cabeça de bandeja.
O movimento sindical, em todo o colegiado, que representa a categoria – assim como fez para brecar a PEC 32 do ex-presidente Bolsonaro – uma vez mais se unificou pelo fim do golpe.
Passo estratégico e importante foi dado nesta segunda-feira (16), na Baixada Santista, com participação de lideranças sindicais em LIVE DOS SERVIDORES MUNICIPAIS, organizado pelo SINDEST de Santos, com transmissão simultânea nos canais oficiais da Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB) e do Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Praia Grande.
Durante live, o presidente Fabio Pimentel (SINDEST Santos), Zoel Siqueira (SINDSERV Guarujá), Arthur Godói (secretário-geral SINDSERV São Vicente) e Adriano Pixoxó (Sindicato Praia Grande) consideraram a postura do Congresso, com a reabertura da discussão sobre a reforma administrativa, um retrocesso nas conquistas obtidas pelos servidores ao longo da jornada.
“Nossa luta pela regulamentação da Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho daria fim a este dilema, protegendo os servidores dos ataques predatórios no Congresso Nacional”, questionou Pimentel, que também é diretor da FUPESP e coordenador estadual da categoria na Força Sindical.
As lideranças compreendem a implantação de medidas emergenciais como fundamentais para brecar a discussão na Casa, que inclusive está em andamento no Grupo de Trabalho, com prazo de conclusão das propostas voltadas à reforma em 17 de julho.
O presidente e coordenador regional da categoria na Baixada Santista pela Força Sindical, Pixoxó, em sua fala, apresentou propostas que podem ser trabalhadas pelo movimento conjunto de entidades, como realização de “pedágios” em cidades para mobilizar servidores e moradores com entrega de panfletos e protestos em câmaras municipais.
Arthur Godói, por sua vez, contribuiu com a construção de carta-compromisso a ser entregue aos vereadores. E Zoel cobrou uma postura firme das entidades para cima do governo federal, sobretudo frente a questão do marco regulatório do serviço público, hoje engavetado.
Segundo nosso presidente, a sociedade tem que estar informada, conscientizada e envolvida nas discussões sobre os “riscos reais” do sucateamento de serviços públicos essenciais, como educação, saúde, habitação e outros.
“Não podemos ver os trabalhadores sangrando nas bases, os cidadãos sendo triturados sem atendimento necessário, sem darmos uma resposta à altura a este golpe proferido no Congresso Nacional. Movimentos sociais, todos eles, serão convocados e precisam vir pra luta conjunta”, disparou.
A Live foi acompanhada ao vivo por milhares de servidores, lideranças sindicais de todas as regiões do país, que desde já gritam em suas bases pelo fim da proposta de reforma administrativa que busca sangrar de morte a categoria. “Nosso futuro está em risco. Se não fizermos nada agora, vamos ser entregues ao bel-prazer dos inescrupulosos”, criticou Pixoxó.