Na foto, presidentes e diretores de sindicatos do funcionalismo da região, diante do legislativo praia-grandense
Nenhum vereador da câmara de Praia Grande compareceu ao plenário, na manhã desta sexta-feira (16), para receber os presidentes e diretores dos sindicatos dos servidores de seis cidades da região.
Nem o presidente Ednaldo dos Santos Passos (PSDB) compareceu, apesar de ter garantido ao presidente do sindicato local, Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’, que lá estaria.
O sindicalista mostrou aos companheiros cópias dos comunicados que enviou aos parlamentares, nesta semana, convidando-os para o encontro, que trataria da reforma administrativa do governo federal.
“A atitude dos vereadores é um apoio à reforma, que prejudicará, caso aprovada pelo congresso nacional, não apenas o funcionalismo federal, estadual e municipal, como a população”, disse Pixoxó.
De volta na terça-feira
Ele anunciou que os sindicalistas assinarão uma carta de repúdio ao comportamento dos parlamentares, que será protocolada na secretaria da casa.
Na sessão ordinária de terça-feira (20), eles voltarão ao local.
Para Pixoxó, “quando o presidente não pode comparecer a um evento, que mande o vice. Se esse não puder, que vá o secretário e assim por diante. Mas Praia Grande é assim mesmo, difícil. Exige muita luta”.
Pouco se lixando
O presidente do sindicato dos estatutários de Santos, Fábio Marcelo Pimentel, disse que os vereadores “estão pouco se lixando sobre o que pode acontecer se a reforma for aprovada”.
“Espero que os servidores e o povo de Praia Grande não reelejam nenhum desses parlamentares. Eles esquecem que as câmaras também perderão com a reforma”, disse o sindicalista.
“Decepcionado”, Fábio explicou que “os legislativos perderão poderes de fiscalização, votação, aprovação ou rejeição de leis inerentes à administração. Ou seja, essa luta deveria ser também dos vereadores”.
Não merecem o voto de ninguém
O presidente do sindicato de Guarujá, Zoel Garcia Siqueira, declarou-se “indignado” com a postura dos vereadores e recomendou que o funcionalismo não os reeleja. “Não merecem o voto de ninguém”.
“Queríamos apenas mostrar os problema contidos na reforma, inclusive para a população. Nosso protesto não é corporativo. É coletivo, pois os serviços públicos serão destruídos”, afirmou o dirigente.
Zoel comparou a atitude dos vereadores de Praia Grande aos de Guarujá, que aprovaram, por unanimidade, moção de repúdio à reforma, proposta pelo presidente Edilson Dias (PT).
Fora com eles
Os presidentes dos sindicatos de São Vicente e Mongaguá, Edson Ramos Paixão e Alvina Rodrigues Meira, respectivamente, também criticaram a conduta dos parlamentares.
“Os moradores também perderão com a reforma e não devem reeleger esses vereadores”, disse Edson. Para Alvina, “se nos desrespeitaram, não respeitam a categoria. Fora com eles”.
Mais apoios
E continuam os apoios à luta dos sindicatos de servidores da região contra a reforma administrativa, apresentados por sindicalistas de outras categorias, advogados e diversos segmentos sociais.
Para o coordenador da CUT (central única dos trabalhadores) na baixada, Carlos Alberto Gomes Riesco, “a reforma não é reforma coisa nenhuma. Visa apenas tirar direitos dos servidores”.
Também diretor da Apeoesp, que representa os professores da rede estadual, o dirigente da CUT diz que a reforma precariza as relações de trabalho do funcionalismo.
Riesco lembra que a medida propõe o fim da estabilidade do servidor e de direitos adquiridos em lutas históricas, “além de prejudicar o serviço público. É uma aberração para destruir o estado brasileiro”.
“O que quer esse desgoverno Bolsonaro e sua turma, Paulo Guedes (ministro da economia) à frente, é destruir o estado. Temos que lutar de forma unitária contra esse desmonte do país”.
Redação: Paulo Passos MTB 12.646, matrícula sindical 7588 SJSP. Colaborou: Marina de Menezes Cavalcante.