Na foto, protesto do funcionalismo, nesta terça-feira, na câmara municipal
Se o prefeito de Praia Grande, Alberto Mourão (PSDB), não receber a diretoria do sindicato e a comissão de negociação para tratar do acordo coletivo deste ano, os 12 mil servidores municipais poderão parar.
A ameaça de greve foi anunciada pelo presidente do sindicato, Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’, durante protesto da categoria, na manhã desta terça-feira (14), na câmara municipal.
“Se o prefeito continuar nos desrespeitando, convocaremos assembleia para, num primeiro momento, decretar ‘estado de greve’”, disse o sindicalista. “E, depois, a greve propriamente dita”.
O protesto desta terça tomou quase todo o plenário do legislativo, que aprovou, por três votos contrários e uma abstenção, projeto do prefeito que estabelece reajuste salarial de 5,5%.
A revolta do funcionalismo se deve ao fato de Mourão ter enviado o projeto aos vereadores sem ter feito sequer uma negociação com a diretoria e a comissão eleita em reuniões do sindicato.
Com apitos e aos gritos, dezenas de servidores impediram que se ouvissem os discursos dos parlamentares, numa tumultuada sessão iniciada pouco depois das 10 horas e encerrada por volta das 11h30.
Votaram contra o projeto os vereadores Alexandre Comin (PTB), Janaína Ballaris (PT) e Rômulo Brasil (PSD). Absteve-se a vereadora Tati Toschi (PMDB). Faltou Leandro Avelino (PSB).
Vereadora quer fim do sindicato
A grande polêmica ficou por conta de Janaína, que, mesmo tendo votado contra, defendeu o fim do sindicato em seu discurso: “Sindicato tem que acabar mesmo, pois pega o dinheiro de vocês para fazer isso”.
O “isso” a que se referiu Janaína era o protesto contra os demais 15 vereadores que aprovaram o projeto do prefeito. A segunda votação está marcada para as 10 horas desta quinta-feira (16).
Adriano Pixoxó reclama que as demais reivindicações não constam do projeto aprovado, entre elas o auxílio-alimentação de R$ 467 e o vale-refeição de R$ 20, além da correção salarial de 9%.
Os trabalhadores aprovaram também, numa concorrida assembleia, em 5 de abril, comissão tripartite, gratificação de titularidades e pagamento de diferenças salariais por desvio de função.
Mais reivindicações
Mais: bicicletários nos locais de trabalho, vestiários, vale-transporte intermunicipal, adicional de insalubridade de 40%, refeitórios, uniformes e equipamentos de proteção individual.
A lista tem dezenas de reivindicações recolhidas em diversas reuniões por secretarias e aprovadas na assembleia de abril. O sindicato requereu negociações por meio de três ofícios em datas diferentes.
Nesta segunda-feira, o sindicalista recebeu um telefonema do gabinete do prefeito, às 12h30, propondo uma reunião, às 14 horas, sem margem de tempo para convocar a comissão de negociação e o jurídico.
O sindicalista explicou a dificuldade ao gabinete e propôs a reunião para as 10 horas desta terça-feira. Como não obteve resposta, o sindicato mandou um ofício ao prefeito e outro ao presidente da câmara, às 17h30.
Os ofícios sugeriram que o projeto de lei fosse retirado da pauta até a finalização das negociações: “A comissão de servidores foi eleita em várias reuniões setoriais e precisam ser respeitadas”, diz Adriano.
Sindicato dos Servidores Públicos da Prefeitura da Estância Balneária de Praia Grande. Filiado à NCST.
Avenida Brasil, 600, 9º andar, Boqueirão (13) 3499-1300.
Presidente: Adriano Roberto Lopes da Silva ‘Pixoxó’.
Redação: Paulo Passos MTB 12.646, matrícula sindical 7588 SJSP.