A Força Sindical, a partir da Secretaria Nacional do Setor Público e a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB), organizaram nesta terça-feira (9) o I Encontro das Mulheres Servidoras, na sede da central nacional, na capital paulista.
Liderado pelas companheiras Katia Rodrigues (Katita), diretora de Assuntos da Mulher da CSPB, Maria Auxiliadora, secretária nacional de política para mulheres e gênero da Força Sindical e Cristina Gomes, secretária nacional do setor público da Força Sindical, o evento histórico buscou discutir propostas e soluções efetivas para o enfrentamento contra a violência de gênero e a criação de políticas públicas voltadas às companheiras, que trabalham no funcionalismo em todo Brasil.
Este momento é ímpar para as companheiras se somarem na luta por suas pautas, que são inadiáveis, disse Katita. E Maria Auxiliadora, emendou, cobrando os gestores públicos, que falham na perspectiva de fomentar políticas de proteção e acolhimento psicossocial às mulheres.
Por sua vez, a companheira Cristina Gomes apresentou dados preocupantes, como o aumento na ordem de 225% (isso mesmo!) nos casos de feminicídio, segundo levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Isso sem contar os mais de 1 milhão de processos referentes à Lei Maria da Penha, abertos e sem resolução, nas comarcas país afora.
O encontro teve a contribuição de importantes palestrantes. A advogada dra Katia Boulos abordou o combate à violência contra as mulheres e o acolhimento à pessoa idosa. Já a delegada da polícia civil de São Paulo e titular da primeira delegacia de defesa da mulher, dra Cristiane Nascimento, destacou as políticas públicas de enfrentamento à violência contra as mulheres. A co-deputada da bancada feminista do PSOL-SP, Sirlene Maciel, falou a respeito da violência da política de gênero. Por fim, a psicóloga Beatriz Brandão ressaltou a rede de acolhimento nas escolas a partir da Lei Maria da Penha.
O Sindicato dos Trabalhadores Municipais de Praia Grande esteve no encontro representado pelas diretoras Tania Bolito (2ª secretária) e Marcia Valéria (conselho consultivo), além da companheira servente Marlene Mendes.
“Nosso compromisso como representante sindical é batalhar de forma implacável em defesa das companheiras nos locais de trabalho. E neste sentido contamos com todo respaldo do Sindicato. Este encontro nos substanciou com importantes orientações acerca dos procedimentos em defesa e proteção de nossas guerreiras”, afirmou Tania.
Marcia, todavia, aprova a realização deste tipo de ação como instrumento de transformação social. Por isso, defende a participação de outros agentes sociais com capacidade de mobilização e conscientização. “Isso fará a diferença na luta por respeito, garantia de direitos e empoderamento”.
Esta iniciativa será aplicada em todos estados, como disse Cristina Gomes, pois as mulheres devem atuar em conselhos e fóruns da sociedade organizada para pressionar os agentes públicos por mudanças e ações de punição aos agressores. “Não podemos de forma alguma falar para nós mesmas, por isso este movimento deixará como legado uma série de encaminhamentos que possam ajudar nossas irmãs em suas lutas nas bases”.